
Um processo de contratação bem elaborado e estruturado é crucial para o bom funcionamento e para o crescimento de uma empresa. Quando líderes ou donos de negócios negligenciam ou, até mesmo, ignoram a boa comunicação na hora de contratar um novo profissional, inúmeros problemas começam a aparecer durante o processo e a empresa sofre com graves prejuízos para cada contratação errada que realiza. Dificuldade para traçar e encontrar um candidato com o perfil adequado para a vaga, lideranças dispostas a pular etapas importantes e pressionando por agilidade no processo, vagas com informações erradas que podem confundir os candidatos ou até atrair um perfil diferente daquele que a empresa precisa. Essas são algumas situações comuns em processos de recrutamento e seleção que são elaborados sem uma comunicação integrada e eficiente.
Esses problemas durante o processo seletivo resultam em uma contratação ruim. Isso não quer dizer que a empresa contratou um profissional ruim ou incompetente, não é isso. Uma contração ruim, nesse contexto, é quando a empresa contrata uma pessoa que não é compatível com a área ou com a função para a qual foi contratada. Essa situação acontece pelos problemas do processo seletivo que são, por sua vez, originados pela falta de comunicação entre os departamentos e lideranças da empresa.
E o que resulta de uma contratação em um processo seletivo tão caótico e sem organização? A resposta é bem simples: prejuízo tanto para a empresa quanto para a pessoa contratada. Neste artigo, vamos abordar os prejuízos para a empresa.

Na prática, o que acontece em processos de admissão de funcionários nesses moldes é que o colaborador entra na empresa sem fazer parte dela. Vamos explicar: por não ter passado por um bom processo seletivo e, provavelmente, não ter tido um bom treinamento e nem um bom processo de onboarding (processo de integração na empresa), o profissional estará na empresa mas não irá fazer parte dela. Isso porque seus valores e ideias podem ser diferentes, se não conflitantes. E quando uma pessoa chega dessa forma em uma empresa, toda companhia sofre com isso: a equipe perde produtividade, já que esse profissional não tem o perfil e nem as habilidades para aquela vaga.
Mas, tenha em mente que não é só o setor que contrata esse novo profissional que sofre com essa contratação equivocada. Um processo de recrutamento e seleção mal elaborado pode comprometer todo o funcionamento da empresa. Na verdade, uma pessoa que chega para ocupar uma função que não sabe desempenhar e que não foi familiarizada com suas obrigações e responsabilidades tende a reclamar da empresa, principalmente porque sabe que não está conseguindo ser produtiva. E qual o prejuízo? A cultura organizacional da empresa fica cada vez mais fraca. Essa é aquela clássica história da maçã podre. Um profissional assim irá contaminar toda sua equipe que, posteriormente, poderá transmitir esse sentimento negativo para toda empresa.

Além disso, há o impacto financeiro também. Um processo seletivo por si só já gera custos, seja ele interno ou elaborado por uma empresa externa. Sendo assim, quando contratamos um profissional de forma equivocada os custos terão um alta significante, pois teremos que, além de desligar esse profissional, realizar um novo processo seletivo. E não se impressione, isso não é nenhuma surpresa: existem muitas empresas que ainda vivem nessa espiral de contratar, desligar e contratar. É por isso que os grandes executivos defendem que devemos contratar novos profissionais com extrema cautela e demitir com rapidez. Ou seja, se um colaborador não está cumprindo o seu papel e ainda tem ações negativas dentro da empresa, ele precisa ser desligado o quanto antes para que não contamine as outras pessoas. Já para contratar, a cautela diz respeito a realizarmos um processo longo que ao final possibilite, de fato, ter encontrado um bom profissional que irá conseguir realizar um ótimo trabalho.
Então, para conseguirmos evitar as consequências de contratações desastrosas precisamos saber, de fato, contratar. Pois bem, um processo de contratação deve, antes de tudo, ter integração. Seja em uma empresa que tenha um departamento de recursos humanos ou uma empresa que precise contratar um RH terceirizado, é fundamental que a informação seja clara e bem detalhada. Não apenas da vaga: o departamento de RH (ou a empresa que será contratada) precisa saber qual é o perfil de profissional ideal para essa oportunidade, assim como suas responsabilidades, obrigações e os pré-requisitos que precisa ter para ser o escolhido para a função.

Processos robustos e fluídos -- sejam projetos internos e/ou externos -- só são possíveis com uma comunicação integrada. É a fluidez da informação que vai evitar que uma vaga com poucas informações seja divulgada, que vai garantir o diálogo entre as áreas da empresa e, principalmente, ajudar a traçar o perfil completo do profissional que precisa ser contratado.
Portanto, é imperativo que a comunicação no processo de contratação de um novo profissional seja clara e precisa. Qualquer ruído ou falha na comunicação pode levar todo esse processo por água abaixo. É devido a boa fluidez da comunicação integrada que um recrutador (seja ele da empresa ou contratado) poderá criar uma vaga nos moldes do que a empresa precisa. Não podemos nos esquecer que quando uma determinada área da empresa precisa contratar um novo profissional, ela tem que dialogar com outras áreas para iniciar e finalizar esse processo.
A comunicação tem o papel de elo nesse processo: desde o gerente de vendas, por exemplo, indo se comunicar com o diretor comercial a respeito da importância de contratar um novo vendedor, passando pelas reuniões com o RH para explicar a vaga e o perfil do candidato, até a inserção do novo funcionário na rotina da empresa. É a comunicação que liga os profissionais e as etapas que compõem um processo eficiente de contratação. E vale lembrar que esse processo não acaba após a assinatura do contrato. Orientação, supervisão, acompanhamento e treinamento também fazem parte de um processo de contratação e precisam ser pensados de maneira integrada. A comunicação precisa estar alinhada a todas essas etapas, pois ela é que pavimenta o caminho para que tudo corra bem ao longo do processo.
MARIA EDUARDA VAZ
Empresária, pós-graduada (bolsista integral por desempenho acadêmico) em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM Rio, formada em jornalismo pela mesma instituição.
RAFAEL SANTORO
Empresário, MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing pela PUCRS, formado em administração pela UNILASALLE-RJ.
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