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Liderança: 5 “Dos and Don'ts” que aprendemos com Michael Scott, de The Office

Foto do escritor: Rafael SantoroRafael Santoro


A série de televisão norte-americana “The Office” é um sucesso e atingiu um reconhecimento por parte do público que poucas séries podem conseguir. Segundo a Nielsen, “The Office” foi a série mais assistida nos Estados Unidos, por streaming, em 2020. Foram mais de 57 bilhões de minutos assistidos no ano passado. Vale dizer que a série acabou há mais de oito anos (o último episódio foi ao ar no dia 16 de maio de 2013, nos EUA) e o fato de ter sido a série mais assistida no maior mercado do mundo no ano de 2020 nos mostra o quanto ela ainda é relevante e adorada pelo público.


Originalmente exibida entre 2005 e 2013, a série é uma versão americana da série “The Office” britânica (exibida de 2001 a 2003). O episódio piloto americano, aliás, é exatamente igual ao primeiro episódio da versão britânica. No entanto, a versão americana é a mais conhecida e a mais amada pelo público ao redor do mundo. Aliás, é só perceber a diferença entre o tempo de exibição e o número de temporadas entre uma e outra.


A história do “The Office” americano narra a vida de pessoas comuns em seu dia de trabalho na Dunder Mifflin Paper Company, uma empresa comum da Pensilvânia (EUA) que comercializa papel. Talvez essa seja a explicação para o sucesso da série – uma história rotineira de pessoas comuns feita para pessoas comuns. No entanto, neste artigo, nosso foco é outro.


Ao longo da série, acompanhamos inúmeros conflitos de Michael Scott, personagem de Steve Carell, que é o gerente da filial, e sua conduta como gerente e líder. Michael é a personificação daquele tipo de pessoa carente por atenção e a série explora muito bem isso. O gerente passa o tempo todo buscando aprovação da sua equipe e, no anseio de agradar seus colegas de trabalho, o cômico personagem acaba se metendo em muitas situações peculiares -- algumas hilárias, outras complexas e sérias. Mas, guardadas as devidas proporções, não são poucas as lições que podemos tirar da série, principalmente, quando o assunto é o desafio de liderar uma equipe.


Nosso objetivo com esse artigo é ilustrar a importância de um bom líder para uma empresa ou equipe. Vamos abordar cinco lições fundamentais (2 “dos” e 3 “don’ts”) que podemos tirar facilmente vendo a série e, principalmente, com a interação do personagem de Steve Carell com os demais personagens. São lições tanto positivas quanto negativas, ou seja, por mais atrapalhado que fosse o personagem e a figura de Michael Scott, podemos tirar boas lições de seus comportamentos, nos inspirar em algumas de suas características e, claro, aprender com seus erros.


Sem mais delongas, vamos às lições!




1. DON’T: NÃO QUEIRA SER SEMPRE O LÍDER LEGAL E BONZINHO


Essa primeira lição pode ser percebida logo de cara. Desde os primeiros episódios, vemos Michael Scott como um líder perdido, sem respeito de sua equipe e carente de atenção. Essa equação é desastrosa e não se engane, existem muitos Michael Scotts por aí.


Ao longo das temporadas, essa busca por aprovação de seus liderados faz com que Michael passe do ponto em algumas situações e podemos perceber que não existe um limite bem definido com seus colegas de trabalho do que pode ou ser feito ou dito. Ou seja, qual comportamento é ou não apropriado naquele ambiente de trabalho.


Na série, Michael foi promovido à posição de gerente regional porque atingiu excelentes resultados como vendedor. No entanto, ele não tinha habilidades para liderar e gerenciar as pessoas que compõem a sua equipe. A falta dessas habilidades de liderança faz com que Michael acabe não conseguindo se impor e nem gerar respeito em sua equipe. Estamos sempre presos no perfil de um chefe bobo e que não deveria estar na posição que está.


Então, é importante impor limites sobre o que pode ou não ser dito e feito dentro do ambiente de trabalho e, mais importante, não tentar agradar todo mundo. O papel de um líder não é agradar sua equipe e, sim, desenvolvê-la. E, às vezes, para desenvolver uma equipe temos que mudar algumas peças de lugar e, até mesmo, infelizmente, retirar algumas peças do tabuleiro. O líder que tenta agradar e ser amigo de toda a equipe jamais terá o respeito de seus liderados. Exatamente como na série.



2. DO: AME O QUE VOCÊ FAZ


Um dos pontos mais positivos do “jeito Michael Scott” de liderar é exatamente esse: amar o que faz. Michael era obcecado pela empresa em que trabalhava, Dundler Mifflin, e tinha orgulho de vender papel. Talvez ninguém amasse mais aquela empresa do que ele e, guardadas as devidas proporções, esse é um papel de extrema importância no dia a dia de um líder. Steve Jobs costumava dizer que o dever de um líder não é, nem deve ser, gerenciar e dizer o que cada um tem que fazer. Na visão do fundador da Apple, o papel de um líder é passar a visão da empresa para sua equipe, engajar seus liderados com a missão da organização e, com isso, estimulá-los a ir além.


Sem dúvida nenhuma, Michael Scott amava o que fazia e não hesitava em mostrar à sua equipe o quanto amava aquele negócio. Essa é uma característica que todos os líderes precisam desenvolver. Afinal, se o responsável por liderar uma equipe não acredita na empresa e não compraria o seu produto ou serviço, seus liderados com tempo passarão a seguir o líder, ficando cada vez mais distantes e indiferentes em relação à empresa. O que, no final das contas, só afasta ainda mais os clientes. Então, motive sua equipe e transmita a confiança e orgulho pelo produto e serviço que prestam e disponibilizam no mercado.



3. DON’T: NÃO FUJA DAS SUAS RESPONSABILIDADES


Michael tinha uma postura de tentar ser sempre o chefe legal, que nunca dava más notícias e sempre buscava agradar a todos. Uma tendência de líderes com essa postura é fugir de suas responsabilidades. Vimos isso na série em inúmeras situações. Michael Scott não conseguia dizer não ou dar uma notícia desagradável para qualquer membro de sua equipe.


Durante todas as temporadas de The Office, percebemos que Michael é o chefe das notícias boas e, quando precisa tomar alguma atitude que não seja tão prazerosa, o mesmo nem hesita em colocar pessoas no seu lugar para fazer essa árdua tarefa. No entanto, um líder (e a posição de liderança, principalmente) não é feito só de momentos de alegria. É preciso saber agir sob pressão. É preciso agir em momentos adversos e tomar decisões que muitos de sua equipe não teriam capacidade de tomar.


Por isso, costumamos dizer que para ser um bom líder, antes de tudo, é preciso buscar sempre ser justo. Justo não quer dizer ser bom com todos e nem indiferente ou grosso com sua equipe. No contexto da liderança, ser justo diz respeito a fazer o que precisa ser feito, tomar as decisões que precisam ser tomadas sabendo de suas consequências e, principalmente, jamais fugir delas. E, é assim, sendo um líder justo, que ganhamos respeito de nossa equipe.



4. DO: COLOQUE AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR E SEMPRE DESENVOLVA SUA EQUIPE


Outro ponto forte do “jeito Michael Scott” de liderar é a forma como ele trata as pessoas. Se tem uma coisa em que a liderança de Michael focava era na sua equipe. E essa característica é fundamental em líderes. Chega a ser, na verdade, quase uma obrigação para os profissionais que irão trabalhar tendo que liderar outras pessoas. Colocar as pessoas antes de tudo e, a partir daí, construir processos fortes e eficientes é o que separa grandes líderes de chefes inseguros e autoritários.


Durante toda a série vemos esse jeito peculiar de Michael de trabalhar com as pessoas. Na verdade, quando The Office chega em sua última temporada, podemos perceber o crescimento profissional dos funcionários que foram contratados durante a gerência de Michael. Também notamos a dificuldade da equipe da Dundler Mifflin em se adaptar e crescer com novos gerentes. Vimos personagens como Jim, Dwight, Andy e até Creed assumirem a posição de gerente e, com isso, perceberem o quão difícil é liderar os seus outros colegas e o quão bem – apesar das trapalhadas – Michael desempenhava esse papel.

Então, foque nas pessoas que compõem a sua equipe. Elas, sem dúvida nenhuma, são um dos ativos mais valiosos das empresas e, sem elas, não existe negócio. Valorize seu time, busque ouvir seus feedbacks. Disponibilize treinamento e estimule o seu crescimento dentro da organização.



5. DON’T: NÃO PERCA TEMPO COM REUNIÕES IMPRODUTIVAS


Para todos os fãs da série, talvez, não exista nada mais Michael Scott do que suas intermináveis reuniões que sempre fogem do assunto e nunca resultam em soluções. Esse problema não é só de The Office, muito pelo contrário. Perder tempo com reuniões ineficientes é muito mais comum do que parece e isso tem uma explicação: lideranças inseguras.


Líderes inseguros e reuniões é uma combinação que costuma não dar muito certo. No mais, líderes que estão se sentido inseguros usam, na maioria das vezes, as reuniões como um meio de afirmar sua liderança, de demonstrar o seu poder. E, por consequência, para manter esse poder e essa sensação de autoridade, falam mais do que deveriam e alongam as discussões. Atitudes como essas podem ser facilmente percebidas durante a série.


Não estamos falando que reuniões são perda de tempo. Reuniões são necessárias em várias situações. A questão é que as reuniões precisam ser produtivas. E para isso é preciso que haja ordem e organização. O papel de uma liderança em uma reunião de rotina de uma empresa é mediar o encontro e não ficar apenas no papel de orador. É necessário que o líder dê espaço para sua equipe se expressar. Não existe nada mais importante para uma liderança do que o feedback de seu grupo. E, para combater a tangência do tema e a demora na conclusão da reunião, é dever do líder definir as pautas que serão abordadas, a duração da reunião e os horários de início e término.



RAFAEL SANTORO


Empreendedor, MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing pela PUCRS, formado em administração pela UNILASALLE-RJ.

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